data-filename="retriever" style="width: 100%;">A maioria de nós, é quase certo, ainda não se deu conta de que, logo adiante, mais uma vez, precisaremos decidir sobre o que queremos para nossa coletividade, sobre que cidade queremos construir para nossos filhos e para os filhos de outros tantos cidadãos espalhados pelo Estado e pelo país, que aqui aportam para estudar, portanto, com intenção inicial de permanência provisória, ou com ânimo de permanecer definitivamente nesta amada e maltratada Santa Maria da Boca do Monte. Outubro está logo ali, na dobrada da esquina.
Das escolhas que fazemos é que se constrói o futuro ou, renegando essa possibilidade, fincam-se solidamente as estacas que nos prendem ao passado ou a um presente obscuro e todo feito de mesmices que parecem se repetir indefinidamente.
Adiante, não tenho dúvida, o Hospital Regional mais uma vez será mote da campanha eleitoral, com anúncios de abertura e pleno funcionamento, como já ocorreu no pleito passado, sem que isso, vencido o pleito e passados os anos, gerasse qualquer tipo de constrangimento por quem fez tal anúncio. Pois, vos digo, amigos, o Regional voltará a ser tema da campanha e se anunciará seu efetivo funcionamento dentro de curtíssimo prazo. Na vez passada, ele seria aberto meia-dúzia de meses depois das eleições.
Os inesgotáveis e profundos buracos das ruas de nossa cidade que se preparem, pois, haverá solene anúncio de que, finalmente, eles serão parte apenas da memória triste de Santa Maria. Tudo se consertará e é possível até que se enunciem promessas da chegada de tempos de rodagem macia e sem sustos pelas entupidas artérias santa-marienses.
Os espaços públicos de uso comum - é o anúncio que se fará - se transformarão em áreas aprazíveis e de agradável convivência e nossas ruas e avenidas, à noite, terão a claridade de sóis de intensa luz.
O transporte público coletivo - remodelado em razão da licitação que se anuncia para breve - será atraente desde o estabelecimento de rotas inteligentes, passando por paradas de primeiro mundo, até ônibus confortáveis e ajustados às necessidades de seus usuários.
Destrancar-se-ão os gargalos administrativos, resultantes de uma burocracia desatualizada e caduca e, em consequência, os processos de gestão, aperfeiçoados, resultarão em imediato benefício a todos quantos necessitem de algum tipo de providência ou tenham alguma demanda pendente de solução no âmbito da administração municipal.
Diante das promessas que nos serão feitas, precisaremos de bom-senso, de equilíbrio e de racionalidade (a paixão não é boa conselheira nesse tipo decisão) para que delas não nos tornemos reféns. Se, efetivamente, quisermos plantar as sementes do amanhã, sementes que, germinadas, farão de nossa cidade um lugar melhor para se viver, não podemos nos deixar iludir pela retórica fácil dos velhos discursos, candentes mas vazios de conteúdo.